A produção industrial da Bahia, descontados os efeitos sazonais, teve queda 4% em dezembro, após ter apresentado sete meses de resultados positivos ou estabilidade. Foi o maior recuo da indústria entre as 15 áreas investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, e um desempenho bem pior que o verificado no país como um todo, onde, de novembro para dezembro, a produção industrial aumentou 0,9%, com avanços em 11 locais.
Já na comparação com dezembro de 2019 a produção industrial baiana apresentou variação positiva (0,4%), a segunda consecutiva após sete meses de quedas seguidas (em novembro, a indústria havia avançado 0,6% no estado). Assim, a indústria da Bahia fechou 2020 com uma nova queda de produção (-5,3%) em relação ao ano anterior, o segundo resultado negativo consecutivo nesse indicador anual – já havia recuado 2,9% em 2019.
A queda da produção industrial baiana em 2020 foi a mais profunda em cinco anos, desde 2015, quando a indústria do estado havia registrado seu pior resultado na nova série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (iniciada em 2002): um recuo de 6,9% frente ao ano anterior.
A trajetória negativa do setor se iniciou em 2014 (-2,6%) e, desde então, a produção industrial da Bahia só teve resultado positivo em 2018 (0,8%).
O desempenho da produção industrial baiana no ano de 2020 (-5,3%) foi pior que a média nacional (-4,5%) e acompanhou as retrações verificadas em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. No ano passado, a indústria só teve resultados positivos em Pernambuco (3,7%), Rio de Janeiro (0,2%) e Goiás (0,1%). Os maiores recuos do setor foram verificados no Espírito Santo (-13,9%), no Ceará (-6,1%) e em São Paulo (-5,7%).
Os resultados da produção industrial de dezembro e do ano de 2020, para o Brasil e as áreas pesquisadas separadamente, estão no quadro a seguir.
Fabricação de veículos e metalurgia
Em 2020 o recuo (-5,3%) na produção industrial baiana foi resultado do desempenho negativo tanto da indústria extrativa (-6,7% no acumulado no ano) quanto da indústria de transformação (-5,2%). Das 11 atividades investigadas em separado no estado, 6 viram sua produção cair no ano passado.
Apresentando os maiores recuos anuais da série histórica do IBGE (iniciada em 2002), a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-41,6%) e a metalurgia (-30,4%) foram, nessa ordem, as atividades que mais contribuíram para a queda da produção industrial na Bahia, no ano passado.
O segmento automobilístico mostrou recuo na produção em 11 dos 12 meses do ano, crescendo apenas em janeiro (8,6%), e foi o mais duramente afetado nos meses iniciais da pandemia da Covid-19. Encerrou 2020 com queda de 9,8% em dezembro, frente ao mesmo mês de 2019.
Já a metalurgia teve quedas mês a mês até dezembro, quando apresentou crescimento de 42,3% frente ao mesmo mês do ano anterior.
O resultado da produção industrial baiana em 2020 não foi pior porque segmentos muito relevantes na estrutura do setor apresentaram avanços no ano.
As cinco atividades industriais que fecharam 2020 em alta, na Bahia, foram lideradas pela fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (13,7% no acumulado no ano), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (7,5%) e de outros produtos químicos (4,2%).