Apandemia de covid-19 sacudiu a economia brasileira, derrubou negócios e varreu do mapa milhares e milhares de empresas dos mais diversos segmentos. Contra a maré deste desempenho, a baiana Amvox – montadora de produtos eletroeletrônicos, instalada desde 2010 no Polo Plástico de Camaçari – não apenas se manteve de pé, como se fortaleceu e deu um salto histórico em 2020: encerrou o ano com a produção de mais de 1,5 milhão de itens nas linhas de áudio, digital, lar e climatização, o dobro em relação ao exercício anterior.
O grupo projeta para 2021 o mesmo ritmo de crescimento. A meta é alcançar a montagem de até 3 milhões de itens, como caixas amplificadas, caixas de som, autorrádios, rádios portáteis, conversores digitais, câmeras digitais, climatizadores, ventiladores, fornos elétricos, ferros elétricos, cafeteiras, dentre outros. Os produtos são comercializados, hoje, em todos os estados do país e no Distrito federal, por redes como a Americanas, Carrefour, Extra, Cencosud e Magazine Luiza, além de varejistas menores.
O parque fabril da Amvox conta com uma área de 15 mil m² e trabalha hoje no limite de sua capacidade, ou seja, não há mais qualquer possibilidade de ampliação. A empresa negocia junto à Prefeitura de Camaçari a cessão de um terreno que permita a expansão da unidade e, consequentemente, dobrar a produção já este ano.
Há duas semanas, executivos do grupo receberam a visita do prefeito de Camaçari Elinaldo Araújo (DEM). Na oportunidade, o gestor sinalizou que, no depender da município, a Amvox vai poder tocar seu plano de expansão sem sobresaltos.
“É mportante manter firme a parceria com as empresas instaladas no município, sobretudo quando ela possui 90% da mão de obra composta por moradores locais. Por conta disso, me coloco à disposição, para apoiar no que for necessário, nesse projeto de ampliação, que irá gerar ainda mais empregos para a população de Camaçari”, afirmou Elinaldo.
Novos investimentos
O diretor comercial da Amvox Guilherme Santos conta que a unidade emprega hoje 230 pessoas. Com a expansão este número vai dobrar. A empresa pretende ainda investir nos próximos cinco anos R$ 100 milhões, sendo R$ 15 milhões na expansão da linha de montagem. Além disso, está no radar do grupo a implantação de uma unidade de moldes de injeção. “Queremos montar cada vez mais produtos na Bahia e com isso gerar ainda mais emprego e renda na região”, conta Guilherme.
A Amvox compra os kits na China e monta os produtos na Bahia. Guilherme diz que o diferencial da empresa em relação à concorrência é o design dos produtos que “têm a cara da Amvoz e do mercado brasileiro “. E o segredo para o salto em 2020, em plena crise econômica provocada pela pandemia?
“A gente investiu no momento em que todo mundo estava tirando o pé, não foi fácil, é verdade. A gente acreditou que o cliente voltaria a comprar os nossos produtos após o Dia das Mães, a partir de junho, e foi o que de fato aconteceu. Começamos então a liberar as mercadorias da China para vim para o Brasil a partir do final de abril e, quando os consumidores voltaram às compras, nós já tinhamos os produtos prontos em estoque para entregar, enquanto nossa concorrência só foi ter seus itens a partir de setembro”, assinalou Guilherme Santos.
Além disso, a Amvox investiu pesado em marketing, principalmente no patrocínio de dezenas de lives de artistas com grande apelo como Leo Santana, Diogo Nogueira, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Nego do Borel, Lexa, Mateus e Kauan e Dennis DJ. Nas tramissões, as caixas de som da Amvox estavam posicionadas ao lado de cada artista. Resultado: o grupo apresentou uma alta expressiva nas visitas e interação em seu site e redes sociais. A média de acessos em seu site aumentou 66%, sendo que durante as lives chegou a apresentar crescimento de 259%.
“Isso [as lives] trouxe uma grande exposição, um grande conhecimento da nossa marca em todo o país”, afirma Guilherme, acrescentando que, em 2020, apesar do excepcional desempenho, a empresa teve que superar uma série de desafios. O primeiro deles foi a alta do dólar. O outro foi na área de logística: “Para se ter uma ideia, antes da pandemia, a gente pagava em torno de US$ 1.500 para trazer um contêiner da China. No final de 2020, este valor chegou a US$ 10.000”, diz Guilherme.