Por Joana Lopo
Em plena expansão, inclusive estimulado pela pandemia, o mercado pet, especialmente de cães e gatos, dá sinais de que veio para ficar. Ano passado, o segmento cresceu 13,5% em relação a 2019 e faturou cerca de R$ 34 bilhões. Para este ano, a previsão é de fechar em mais de R$ 37 bilhões. Não à toa foi um dos setores que mais realizou aberturas de franquias, fusões e aquisições de 2020 para cá.
Durante uma live, na manhã da última sexta-feira (23), o INEWSBR acompanhou a apresentação dos números do setor, em mais uma edição do Radar Pet, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). Na ocasião, o coordenador da Comac, Leonardo Brandão disse que a pandemia fez com que muitas pessoas adotassem ou comprassem animais de estimação para serem companheiros em tempos de isolamento social.
“A reclusão das pessoas em casa e o maior contato com os seus pets fizeram com que os tutores prestassem mais atenção às suas necessidades, o que pode ter um dos motivos da aceleração do setor”, observa.
Conforme Brandão, a Comac conta com 15 empresas que representam 85% do faturamento do mercado de saúde de cães e gatos, sendo que até o final do mês, mais duas vão entrar para esse rol. Em relação aos hábitos de tratamento e consumo e algumas tendências, a pesquisa indica que as mulheres, na faixa dos 32 anos são a maioria dos cuidadores de cães e gatos, os domicílios que têm apenas cão representam 46%, com cão e gato é de 17%, e apenas gatos 37%. Casal sem filho que passaram a ter pet, especialmente gatos, também cresceu com a pandemia. “O pet do futuro são os gatos”, disse Brandão.
Para atender a demanda, muitas lojas voltadas para esse público foram abertas, dos mais variados serviços, desde salão de beleza, crechesprodutos de higiene, planos de saúde, entre outros. Nos últimos cinco anos, o setor de acessórios e alimentos para pets cresceu 87%, de acordo com dados do Euromonitor International, que faz pesquisa de mercado nesse segmento.
A tendência de expansão, portanto, não só resistiu à pandemia, mas acelerou sua seta para cima. Especialistas afirmam que o futuro do mercado para pets é de mais elevações, cuja perspectiva é de crescer 87% até 2026.
Crescimento relevante
Para o sócio e diretor de expansão da rede de franquia Padaria Pet, Arquelau So, em média, o setor de pet cresce em torno de 12 a 15% ao ano. “É um crescimento relevante e, melhor, esse mercado não acompanha a moda, ele veio para ficar. Os brasileiros são apaixonados por animais domésticos”, garante ele.
Na Padaria Pet, a fase de expansão começou em 2017, segundo So. “Pulamos de duas lojas para 22 operações, sendo 20 delas franquias. Isso nos coloca em uma posição relevante no mercado. Nosso objetivo é agressivo, queremos fechar 2021 com 40 operações e ano que vem chegar a 100, entre franquias e unidades próprias. O mercado tem muito potencial. A pandemia acelerou o processo de humanização dos animais domésticos”.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Animais de Estimação (Abinpet) apontam que o país tem quase 140 milhões de animais de estimação, sendo 54,2 milhões de cães, 23,9 milhões são gatos, 19,1 milhões são peixes, além de 39,8 milhões de aves.
Fusões e aquisições
Em junho passado, a BRF, por meio da subsidiária BRF Pet, do segmento de pet food, comprou as sociedades Paraguassu Participações S.A. e Affinity Petcare Brasil Participações, ambas detentoras de 100% do capital social da Mogiana Alimentos. Essa foi a segunda aquisição da BRF no mercado pet, que também adquiriu o grupo catarinense Hercosul.
Outra aquisição, também em junho, foi da Petz que comprou a Cansei de Ser Gato Serviços de Produção de Conteúdo LTDA, uma das maiores plataformas digitais de conteúdo e produtos exclusivos para gatos no Brasil.