A multipropriedade é um sistema de cotas, no qual investidores se reúnem e adquirem frações de um bem, formalizando um financiamento. “Em resumo, significa adquirir uma parte de um imóvel e não o todo. O tempo de utilização daquele imóvel, assim como as despesas oriundas dele, são igualmente divididos proporcionalmente à cota adquirida”, diz a especialista da Trinus Co em multipropriedades, Amanda Morais.
Criada em 1970 nos Estados Unidos, e em ascensão por aqui, especialmente depois de sua regulamentação em 2018, os benefícios para investidores e usuários desta mobilidade têm atraído cada vez mais adeptos – como indica o último relatório publicado em setembro deste ano pela Caio Calfat Real State Consulting: a multipropriedade chegou a 128 empreendimentos no Brasil em 2021, número que indica um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Considerando os últimos quatro anos, o total de empreendimentos teve alta de 137%.
“Vamos considerar como exemplo um imóvel no valor de R$ 800 mil. Por meio da multipropriedade, se quatro indivíduos coordenarem a aquisição, cada um deles investirá R$ 200 mil. Legalmente, todos se tornarão proprietários de ¼ do imóvel na escritura e os custos de manutenção e tempo de uso estarão igualmente fracionados em 25% para cada um dos proprietários”, explica Amanda.
As vantagens são bastante claras: usufruir de um imóvel de temporada, praia ou campo, sem arcar com a totalidade dos gastos de aquisição, ou com os inconvenientes que o aluguel pode ocasionar. Outra vantagem a ser considerada é a possibilidade da divisão dos gastos fixos e variáveis que um imóvel demanda, além dos impostos.
“Também é uma forma de diversificar o destino de férias por meio das intercambiadoras. A maioria das incorporadoras de multipropriedade oferecem ao comprador a associação a intercambiadora parceira, que possibilita ao cliente viagens a destinos no Brasil e no exterior, flexibilizando seus destinos e garantido experiências diversificadas. Dessa forma, o cliente não fica atado a ir somente no destino no qual adquiriu a fração imobiliária”, comenta a especialista.
“O cenário de benefícios, serviços de qualidade e flexibilidade ao cliente, a um custo mais acessível, faz com que a multipropriedade venha ganhando espaço no mercado. Agora é o momento dos empreendedores inovarem em seus produtos aplicando práticas de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), melhorando a qualidade dos projetos e elevando o padrão de forma sustentável e com governança”, finaliza.