quinta-feira, novembro 21, 2024
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Indústria de alimentos fatura R$922,6 bilhões em 2021, aponta Abia

Por Joana Lopo

A indústria de alimentos faturou R$ 922,6 bilhões, entre os mercados interno e externo, no ano passado. O crescimento nas vendas foi de 3,2% . Já produção física avançou 1,3%. Esses dados foram apresentados nesta terça-feira (15) pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) e acompanhados pela equipe do INEWSBR.

De acordo com o presidente-executivo da Abia, João Dornellas, o faturamento foi 16,9% acima do apurado em 2020. Em relação ao volume, o setor representou 10,6% do PIB estimado para o ano passado. Outro dado que merece destaque é o número de trabalhadores ocupados, sendo 1,2% a mais do que em 2020, totalizando 1,72 milhão de pessoas, ou 21 mil novos postos de trabalho em 2021. “O Brasil precisa ser o supermercado do planeta. Para isso precisamos de simplificação tributária, melhorar muito mais a logística e os tratados comerciais”, analisa Dornellas.

Considerando apenas as vendas para o mercado interno, que representam 73,5% do faturamento, o aumento foi de 1,8%, puxado pelo setor de food service, que respondeu por 26,3% das vendas da indústria em 2021 (24,4% em 2020). Esse incremento foi motivado pelo processo de retomada, com a reabertura dos estabelecimentos, a aceleração da transformação digital e a ampliação do delivery. Em relação as exportações, representam 26,5% do faturamento da indústria, aumentaram 18,6% e atingiram o patamar recorde de US$ 45,2 bilhões, impulsionado pela retomada da economia mundial combinada com a taxa de câmbio favorável.

Conforme Dornellas, o mercado externo representa 26% do que é produzido no Brasil. “Exportamos para 190 países. Nossos principais mercados são China, Holanda, Hong Kong, Indonésia, Chile que é principal importador dos produtos comerciais brasileiro, depois vem o Japão e Ásia. Então dá para pensar maior. Temos campo muito forte, precisamos aumentar a participação da indústria de alimentos no Brasil. Nossa exportação atingiu mais de R$ 45 bilhões em 2021, contra R$ 38 bilhões do ano anterior”, revela.

Para ele, o avanço da vacinação e o retorno do setor de serviços contribuíram de forma decisiva para a expansão da produção, com geração positiva de emprego e renda no setor. “A demanda por alimentos se manteve crescente no Brasil e no mundo, o que fez com que as empresas mantivessem a produção a todo vapor, e contratando mão de obra”, explica Dornellas.

Commodities e embalagens

Em 2021, a elevação dos preços das commodities agrícolas teve um papel relevante no custo de produção dos alimentos industrializados. Ao final do ano, Índice de Preços da FAO/ONU apontou que elas atingiram o maior patamar em 10 anos, apresentando uma alta acumulada de 28,1% em relação à média dos preços em 2020.

No mercado interno, as perdas de produção provocadas pela estiagem prolongada em várias regiões produtoras contribuíram para reduzir a disponibilidade interna de café, milho, cana-de-açúcar e leite, elevando os preços médios em, respectivamente, 60,3%; 42,7%; 36,1%; 24,1%. No caso das embalagens, a indústria enfrentou altas que chegaram a 100%, além de restrições na oferta.

Perspectivas para 2022

Apesar de o cenário atual para a economia brasileira apontar a projeção do PIB entre 0,5% e 1%, as perspectivas para a indústria de alimentos em 2022 mantêm-se positivas: espera-se um aumento de 2% nas vendas reais, mesmo se as pressões nos custos de produção persistirem.

Entre os fatores de estímulo ao consumo neste ano estão a correção de 10,06% do salário-mínimo e o processo gradual de recuperação no emprego, inclusive o formal, que contribuem para a melhoria do poder aquisitivo da população.

As vendas no mercado interno deverão seguir em ritmo de crescimento próximo ao apurado em 2021, mais uma vez com destaque para o setor de food service, que pode alcançar 29% de participação nas vendas da indústria. O volume de exportações também apresenta cenário promissor, podendo chegar a US$ 46 bilhões.

Do lado da oferta, a entrada da nova safra de grãos, a partir de fevereiro – se confirmadas as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), de expansão de até 12,5% no volume de produção – contribuirá para melhorar a disponibilidade de matérias-primas e reduzir as pressões sobre os custos de produção.

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