O crescimento de 4,6% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 sobre 2020, divulgado na sexta-feira (4 de março) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) reflete a recuperação da atividade econômica no ano passado e a digitalização da economia. O Setor de serviços deu uma grande contribuição, com alta de 4,7%. A avaliação é da presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy.
“Nos momentos mais agudos da pandemia, os serviços funcionaram intensamente, notadamente o setor de telecomunicações. E, com a retomada da atividade econômica, continuaram a responder positivamente aos desafios. Tanto que a área de Informação e Comunicação subiu 12,3% no período, impulsionada pela internet e desenvolvimento de sistemas”, ressaltou a presidente da Feninfra.
Vivien Suruagy destacou que nos últimos dois anos também houve um crescimento exponencial da digitalização – fruto em grande parte das mudanças de comportamento determinadas pela pandemia de Covid-19. “O setor de telecomunicações e informática encarou essa imensa tarefa de prover serviços para as necessidades crescentes da sociedade”, lembrou a dirigente.
A presidente da Feninfra ressaltou que Serviços e Indústria (que cresceu 4,5%) representam juntos 90% do PIB do País e geram a maioria dos empregos e investimentos. “Qualquer recuperação no emprego passa por esses setores. Por isso, a Feninfra, ao lado de outras entidades, encampou a luta pela desoneração da folha de pagamento dos salários”, assinalou. A desoneração foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo governo federal no final do ano passado.
Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB cresceu 0,5%. A Agropecuária e os Serviços cresceram 5,8% e 0,5%, respectivamente, enquanto a Indústria recuou 1,2%. Em relação ao 4º trimestre de 2020, o PIB avançou 1,6% no último trimestre de 2021, quarto resultado positivo consecutivo, após quatro taxas negativas nesta comparação. Foram registradas quedas na Agropecuária (-0,8%) e Indústria (-1,3%), enquanto os Serviços cresceram (3,3%).
A presidente da Feninfra acredita que o setor de Serviços pode continuar a crescer em 2022. Especificamente no setor de telecomunicações, ela cita como exemplo os investimentos que deverão ser feitos na implantação do 5G no País. “Será necessário um grande investimento em infraestrutura e treinamento e contratação de mão de obra altamente especializada”, destaca.
Mas a dirigente lembra que o setor de serviços continua a sofrer uma tributação excessiva, que inibe investimentos e empregos. “Por isso, defendemos uma Reforma Tributária que não onere ainda mais o setor, para que ele possa continuar a contribuir para o crescimento do país”, finaliza Vivien Suruagy.