Uma bebida especial para convidados de longa distância. Com essa filosofia, nascia há 6000 anos a primeira cachaça do mundo, na província de Shanxi, na China. Na última quinta-feira (27), a Secretaria de Relações Internacionais do Governo do Estado de São Paulo recebeu executivos chineses para a apresentação desta cachaça milenar no mercado nacional. O empresário Tian Dong, vice-presidente da XCMG Brasil Indústria e secretário-executivo da Associação Brasileira de Empresas Chinesas (Abec) e Zhou Lei, diretor da China Trade, foram recebidos no Palácio dos Bandeirantes pelo embaixador Affonso Massot, secretário-executivo de Relações Internacionais.
“Os dois países se conhecem culturalmente e comercialmente. Vamos trazer um pouco da cultura de Shanxi pela comida. Marco Polo levou a massa da China para o mundo, agora vamos levar a cachaça”, afirma Tian Dong. “Nossa estratégia, é começar a vender nosso produto em São Paulo e, posteriormente, para todo o Brasil. Será uma importação formal, com todos os certificados e inspeções”, justifica o secretário da Abec, entidade reconhecida pelo governo chinês, criada em 2015 com o objetivo de apresentar o Brasil às empresas chinesas e fortalecer as multinacionais sino-brasileiras.
Destilada de sorgo, um dos cereais mais produzidos no mundo, a Fenjiu ganhou medalha de ouro na Exposição Universal Panamá Pacífico de 1915. Seu processo de produção artesanal resulta numa cachaça forte, cujo teor alcoólico vai de 42 a 53%, ante 38 a 48% de uma aguardente brasileira. A bebida com qualidade de origem deve chegar ao mercado em 2023, e será vendida em lojas especializadas em vinhos e uísques. A estimativa de preço se assemelha às bebidas premium. As garrafas e estojos são como obra de arte.
“A vida desta cachaça milenar é mais um traço de união entre China e São Paulo e nós esperamos sucesso neste processo”, afirma o secretário-executivo de Relações Internacionais.
Em setembro deste ano, um acordo bilateral, aproximou o estado de São Paulo da província de Shanxi, berço da cachaça chinesa. O protocolo abrange diversos setores, entre eles comércio, investimentos, infraestrutura, ciência, tecnologia, saúde, esporte, cultura, educação e agricultura. Ele tem duração de cinco anos e pode ser prorrogado.
Além de Shanxi, São Paulo já mantém acordos com as províncias da China de Guangdong, Henan, Shandong e Yunnan, também nas áreas de meio ambiente, recursos humanos, indústria marítima e energia.
