Por Márcio Nappo*
Sabemos que o mundo tem passado por transformações sociais e ambientais e a importância de adotar mudanças nessas áreas se tornaram cada vez mais urgentes. Além disso, a sociedade está cada vez mais consciente e engajada, cobrando iniciativas mais robustas em sustentabilidade, que sejam aplicadas a todos os elos da cadeia de valor e possam reparar potenciais impactos dos atuais sistemas de produção e de consumo.
Recentemente, um estudo do Capgemini Research Institute identificou que cerca de 80% dos consumidores de diversos países tomam as suas decisões de compra de acordo com as informações referentes ao impacto ambiental e social das empresas. O estudo aponta, ainda, que 53% das pessoas não têm problemas em comprar de empresas menos conhecidas, contanto que sejam consideradas sustentáveis. Essa mudança no comportamento do consumidor fez com que as empresas passassem a ver a sustentabilidade não mais como uma mera tendência de mercado, mas como algo crucial para a manutenção de seus negócios.
Além de influenciar a percepção e as estratégias de marca de produtos de consumo, a sustentabilidade se tornou premissa também no mercado financeiro. Dados divulgados pelo Banco Central, em setembro, apontam para um forte crescimento da emissão de títulos verdes por empresas brasileiras entre 2020 e 2021. Nesse período, foram investidos US$ 20 bilhões nesses títulos, o triplo do computado entre 2015 e 2019. Com isso, o Brasil se tornou o segundo maior emissor da América Latina, ficando atrás somente do Chile.
Referência nesse tema, as empresas do setor de papel e celulose foram as que mais lançaram títulos verdes entre 2015 e 2021, sendo responsáveis por 34% das emissões no mercado externo. Já no mercado interno, o estudo revelou que o setor de energia elétrica lidera as emissões, com 45,9%. Tais índices demonstram o cuidado crescente das companhias de diversos setores em minimizar o seu impacto no meio ambiente e no clima.
Na unidade da Bracell, localizada em Lençóis Paulista (SP), nossa abordagem de sustentabilidade cobre todos os estágios da cadeia de valor: do plantio do eucalipto, passando por todo o processo de produção de celulose, incluindo o descarte de resíduos e toda a logística de distribuição. Nós também cuidamos do clima e da biodiversidade, assim como das comunidades vizinhas do nosso negócio.
Entre as tecnologias de ponta utilizadas por nossa operação, que minimizam os impactos ambientais, está a primeira planta do setor “fossil-fuel free”, isto é, com uma operação livre de combustíveis fósseis e, portanto, positiva para o clima, pois só emite CO² biogênico. Além disso, é considerada a maior fábrica de celulose solúvel do mundo, capaz de produzir fibras renováveis — a partir do plantio sustentável de eucalipto. A Bracell é autossuficiente na geração de energia para a produção de celulose e ainda gera um excedente que é disponibilizado para o grid nacional, suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes, equivalente à cidade de Brasília.
Outra iniciativa inovadora é o “Compromisso Um-Para-Um” da Bracell, que contribuirá com a conservação das áreas de vegetação nativa em tamanho igual às áreas de plantio da companhia. Portanto, para cada um hectare plantado de eucalipto, a Bracell se compromete com a conservação de um hectare de área nativa – algo inédito e ousado para o setor de celulose brasileiro.
Engajar e conscientizar parceiros, colaboradores, clientes e outros stakeholders é fundamental para ampliarmos o impacto positivo de nossas ações. A propósito, isto está completamente alinhado com a visão de valor compartilhado da Bracell, que diz que tudo o que fazemos deve ser bom para o país, o clima, as comunidades e os clientes, pois só assim será positivo também para a companhia. Entendemos que nossa contribuição, em conjunto com a sociedade, pode fazer a diferença para a construção de um futuro mais sustentável.
*Márcio Nappo é vice-presidente de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Bracell