segunda-feira, dezembro 23, 2024
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2023 é o ano da retomada total do turismo de negócios no Brasil

O ano de 2023 promete marcar a retomada integral do turismo de negócios e eventos no Brasil, uma vez que 2022 encerrou ficando a menos de 5% de faturamento gerado pelo segmento em 2019, ou seja, antes da pandemia da COVID-19, que promoveu uma retração dos negócios dessa área turística. Para se ter uma ideia da importância desse segmento, o turismo corporativo era responsável no pré-pandemia por cerca de 60% das emissões de bilhetes aéreos no Brasil, segundo a Abracorp – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas.

De acordo com o Levantamento de Viagens Corporativas realizado pela Fecomércio São Paulo em parceria com a Alagev – Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas, o setor de viagens corporativas encerrou o ano de 2022 com faturamento acumulado de R$ 93,6 bilhões, crescimento de 81,6% na comparação com 2021. Apesar do aumento, o indicador está 4,7% abaixo do ano pré-pandemia, em 2019.

As viagens de negócios ganharam novos contornos com a estabilização da pandemia e a volta dos grandes eventos e reuniões presenciais. Um estudo realizado pela Global Industry Analysts apontou que as viagens de negócios, domésticas ou internacionais, que compreendem trabalho, hospedagem, alimentação, lazer e transporte, estão entre os principais contribuintes para a economia global – a perspectiva é que atinjam US$ 792 bilhões até 2026.

O volume de eventos na cidade de São Paulo, atualmente, já é bem intenso. Somente neste mês de março há 14 grandes realizações agendadas, entre eventos corporativos e de entretenimento que vão movimentar a ocupação na cidade. Ao todo, mais de 50 segmentos compõem a cadeia do turismo. Exemplo de ações que vão ocorrer estão: Salão Internacional de Autopeças, show do Coldplay, festival Lollapalooza, WTM Latin America, Mega Fashion Week, entre outros.

O reaquecimento do setor já vem trazendo reflexos positivos para diversos players da cadeia turística, principalmente a hotelaria que nas grandes capitais sempre teve uma dependência maior das viagens a negócio. Um exemplo vem da Wyndham Hotels & Resorts, que atualmente conta com 36 hotéis em seu portfólio no Brasil e mais de 9,100 ao redor do mundo. Os números do início do ano já são positivos e a expectativa para o restante do ano são ainda melhores.

Considerado o maior evento B2B da indústria do turismo, a WTM Latin America, que ocorre entre 3 e 5 de abril, nos pavilhões branco e verde do Expo Center Norte, em São Paulo, prevê crescimento de 10% no número de expositores e de 5% em número de visitantes totais. Sob a temática Explore Novos Horizontes, o evento chega em sua décima edição e, em números absolutos, deve reunir 600 expositores nacionais e internacionais, vindos de mais de 40 países, além de 16 mil visitantes.

“A edição de 2022 foi um boom e um marco, não só para o nosso evento, mas para todo o setor. Havia uma sede da indústria para a retomada dos encontros presenciais e para retomar as alianças, parcerias estratégias que se confirmam em negócios. E o nosso evento, por sua característica técnica, é reflexo do que acontece no setor. O fato é que nós não podemos, não queremos e não vamos nos tornar prisioneiros das projeções. Vamos seguir trabalhando para entregar um evento focado em conexão, conteúdo qualificado e oferta de oportunidades e geração de negócios. Esse é o nosso DNA e é neste sentido que o nosso time trabalha”, diz o diretor da WTM Latin America, Daniel Zanetti, que comemora 10 anos em 2023.

Crescimento também é palavra de ordem na Schultz Operadora. Criada há 37 anos e posicionada como uma das mais completas empresas turísticas do Brasil, a empresa cresceu, respectivamente, 33% e 18% nos meses de janeiro e fevereiro de 2023 em relação ao mesmo período de 2019, uma média e 26% no bimestre. “O turismo é um grande alavancador da economia, gerando muitos empregos diretos e indiretos em diferentes cadeias produtivas. A confiança de um 2023 se intensifica ainda mais, passado esse primeiro bimestre. De nossa parte, entendemos que é preciso se preparar para atender a essa demanda crescente, com inovação, diversificação do portfólio e agilidade no atendimento”, diz a diretora-geral da Schultz Operadora, Ana Santana.

Como nem tudo são flores, a executiva reforça que 2023 vem sendo observado, ao mesmo tempo, com otimismo e pés no chão, com desafios como a carência de mão de obra qualificada e as tarifas aéreas em alta.

Um dos grandes desafios da indústria, particularmente na operação hoteleira, é melhorar a performance e ampliar as receitas a partir da integração entre todas as áreas de um empreendimento e para além da hospedagem, que é o uso dos quartos de um hotel propriamente dito. Essa equação, que pode parecer simples, mas demanda muito conhecimento, criatividade e estratégia, se torna um dos desafios de gestores de hotéis e resorts em todo o Brasil.

O gerente-geral do Grand Mercure Curitiba Rayon, Fernando Kanbara, trabalha com foco neste reforço de posicionamento e comemora os resultados do bimestre. “Embora tenhamos mantido os níveis de ocupação estáveis, com um discreto crescimento, nós melhoramos muito a nossa diária média, que ficou 32% acima do budget”, destaca, reforçando o primeiro bimestre do ano é marcado por uma retração natural do turismo de eventos, em época de férias e carnaval, mas que outras operações do empreendimento contribuíram para que, além da diária média, sua receita total fosse ampliada.

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