As exportações de bens industriais do Brasil para os EUA atingiram o patamar histórico de US$ 29,9 bilhões em 2023, revela a edição mais recente do “Monitor de Comércio” da Amcham Brasil, divulgada nesta sexta-feira (12/1). Os principais produtos exportados nessa categoria incluem o aço, aeronaves e suas partes, equipamentos de construção civil, suco de laranja, motores e máquinas elétricas, celulose e produtos do setor automotivo, entre outros.
“O valor sem precedentes das exportações industriais brasileiras para os EUA em 2023 reflete a qualidade das trocas com o nosso maior parceiro econômico, caracterizadas por expressiva diversificação, intensidade tecnológica e agregação de valor, com impacto positivo na geração de empregos e renda no Brasil”, analisa Abrão Neto, CEO da Amcham.
Os EUA seguem como o principal mercado para a indústria de transformação do Brasil, representando 16,9% de todas as vendas externas desse setor para o mundo no ano e superando os demais parceiros, como a União Europeia (US$ 23,6 bilhões) e o Mercosul (US$ 19,4 bilhões).
“Esse recorde coloca em evidência a importância da relação bilateral, sobretudo em um contexto em que o Brasil tem priorizado objetivos como a neoindustrialização, maior participação de produtos industriais na pauta exportadora e atração de investimentos produtivos”, complementa Abrão Neto.
Outros destaques do Comércio Brasil-EUA em 2023
Recorde no volume das exportações: Apesar de uma ligeira queda em valor (-1,5%, equivalente a US$ 571 milhões), o volume das exportações brasileiras para os EUA foi o maior já registrado, alcançando 37 milhões de toneladas – aumento de 8,2% em relação a 2022.
Crescimento em produtos exportados representativos: Cinco dos dez principais itens exportados para os EUA tiveram aumento em valor, com destaque para semi-acabados de ferro ou aço (+7,2%), equipamentos de engenharia civil (+49,3%), óleos combustíveis de petróleo (+150,9%), celulose (+1,9%) e sucos de frutas (+37,7%).
Significativa redução no Déficit Comercial: O déficit comercial do Brasil com os EUA caiu 92,1%, passando de US$ 13,9 bilhões em 2022 para US$ 1,1 bilhão em 2023, marcando o menor déficit desde 2017.
Queda nas importações de petróleo e derivados: As importações brasileiras vindas dos EUA diminuíram 26%, principalmente em razão da forte contração nas compras de petróleo e derivados (combustíveis, gás natural e petróleo bruto). Mudanças globais nas rotas de comércio, queda nos preços de petróleo e derivados e menor uso de termelétricas no Brasil explicam grande parte dessa redução.
Pauta importadora industrial: entre os principais produtos industriais importados, destacam-se o aumento no valor importado de motores e máquinas não elétricos (+15,1%), aeronaves (+10,7%), instrumentos de medição e verificação (+14,1%) e outros medicamentos, incluindo veterinários (+22,1%).
Expectativas para 2024
Para 2024, a Amcham projeta um ligeiro aumento no comércio bilateral devido ao crescimento previsto para as economias e as importações de ambos os países, mesmo que em baixa intensidade, estabilização dos preços internacionais e demanda crescente nos setores industrial e de construção civil norte-americanos.
O ano de 2024 também marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. “Além de celebrar os resultados nessa longa e sólida trajetória de parceria, o bicentenário das relações Brasil-EUA oferece um contexto emblemático para lançar as bases de um novo ciclo para o aprofundamento da integração bilateral”, destaca o CEO da Amcham Brasil.
Monitor do Comércio
A edição completa do Monitor do Comércio Brasil-EUA pode ser acessada gratuitamente no site amcham܂com܂br/monitor. A publicação é editada trimestralmente pela Amcham e analisa o comportamento do comércio bilateral.